quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Amor
Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.
A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos rios.
A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.
Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável.
A marcar sobre os teus flancos
o itinerário da espuma.
Assim é o amor: mortal e navegável.

Eugénio de Andrade

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixe aqui a sua mensagem.

[slideshare id=62363107&doc=newsletterinauguraodarequalificaodabe-160524221313&type=d]